Jangadeiro Band News – Marcos Sá – Real Digital: os desdobramentos da criação de uma moeda virtual

Real Digital: os desdobramentos da criação de uma moeda virtual
O Banco Central (BC) ainda está avaliando as possibilidades na criação do real Digital e promete ouvir a sociedade em geral

O real digital é uma moeda virtual que está em fase de estudos pelo BC para incorporação nas operações financeiras ligadas ao real. A ideia é que a criação dessa moeda estimule um avanço na economia e na modernização dos pagamentos no Brasil. Atualmente estamos presenciando avanços na área como as operações via PIX, que facilitaram os pagamentos e transferências de forma prática e rápida.

Essa nova modalidade de moeda deverá funcionar como uma espécie de “token”. Nesse formato os bancos não serão mais responsáveis pelo seu dinheiro. Por exemplo, quando você tem uma conta corrente e coloca os seus valores nela, o banco em questão passa a ser o responsável pela sua arrecadação, com o real digital, quem detém a responsabilidade pela sua moeda digital será o Banco Central (BC).

“É necessário destacar que o real digital, também conhecido como CBDC (Moeda digital do Banco Central), não será um concorrente da moeda física, eles serão parceiros dentro do mesmo sistema financeiro. Ou seja, o virtual e o físico sofreram os mesmos efeitos da economia do país”, comenta Marcos Sá, contador e consultor financeiro. A utilização ou não deste tipo de pagamento será de decisão exclusiva do cliente. A implementação dessa nova modalidade está em estudo desde 2020 e é objeto de grande interesse para o BC.

“O Brasil está seguindo em avanço constante em relação a modernização das transações financeiras. A facilidade de fazer uma transação com moeda digital é um dos aspectos que são favoráveis à efetivação desse projeto. Mas, do ponto de vista econômico, é necessário ter cautela na aderência do real digital, tendo em vista que se a maior parte da população converter os seus ganhos em moedas digitais poderá ocorrer uma elevação na taxa de juros do bancos”, comenta Marcos Sá.

Vantagens do real digital
Contratos inteligentes fazem parte das especificações da nova modalidade de pagamento. Mais conhecido como smart contracts, eles possibilitam que as compras e vendas sejam mais simplificadas. Nesse cenário as transações podem ocorrer de forma simultânea, ou seja, na hora de comprar um carro ou uma casa, você poderá realizar o pagamento e ter a propriedade do objeto ao mesmo tempo.

Os objetos tecnológicos também podem sofrer avanços com a viabilização da moeda digital. Compras online por meio de geladeiras inteligentes, carros que efetuam o pagamento ao ter o seu tanque abastecido, entre outros. Há também uma vantagem do ponto de vista ambiental. Com a possível popularização do uso das moedas digitais é possível que, com o tempo, as cédulas de dinheiro se tornem obsoletas.

O real digital poderá baratear a produção de moeda nacional. “Uma iniciativa como essa pode representar grandes avanços no que diz respeito ao gasto com emissão de dinheiro e distribuição. Essa digitalização de parte da economia deve ser implementada em 2 ou 3 anos. Existem inúmeros fatores que precisam ser analisados com cautela como a segurança dessas transações.

Mas existe um fator de risco que devemos ficar atentos, “O Banco Central, nesse cenário, detém todo o controle monetário dos usuários. Com isso ele pode modificar taxas de juros da forma que achar melhor. Por exemplo, se em determinada época o BC quiser que você consuma mais, então ele pode aplicar taxas de juros negativas. Também é notório a capacidade que os bancos centrais têm de conceder subsídios a indivíduos que estejam investindo em determinado setor. Com esse poder do real digital, o BC poderá ter um controle considerável quanto aos rumos da economia”, afirma Marcos Sá, contador e consultor financeiro.

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